Com números expressivos em 2025, seja em movimento de cargas ou em turismo, o setor de navegação no país encerra o ano com resultados que superaram as expectativas, e inicia 2026 com perspectivas ainda mais otimistas para o futuro. Somente nos primeiros cinco meses do ano, o volume de carga nos portos do Brasil foi o maior registrado na história, de acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos.
Os resultados se devem, entre outras razões, a medidas que visam ampliar a capacidade e expandir os portos do país, como a expansão da capacidade do terminal de contêineres da ICTSI Rio Brasil Terminal. Anunciada recentemente, a iniciativa conta com investimentos que somam mais de R$ 940 milhões e um acréscimo de quase 18 mil m² de área operacional.
Outra ação importante para esse processo é a realização do leilão do terminal de contêineres do Porto de Santos, Tecon Santos 10, em março de 2026. Ela representa investimentos de R$ 6,4 bilhões e ampliação de 50% da capacidade do local.
E se a meta é expandir e gerar mais lucros no segmento portuário, é fundamental que questões ambientais sejam revistas e respeitadas para que o desenvolvimento caminhe junto à responsabilidade social e climática.
Para Thiago Nascimento, CEO da Maritime Ship Service, a sustentabilidade é fundamental para o desenvolvimento responsável da cadeia logística marítima global. Ele explica que há um esforço conjunto para tornar toda a cadeia logística mais verde.
“As companhias estão adotando medidas de reutilização, armazenamento e destino correto de resíduos para que o impacto ambiental seja o menor possível. Elas também vêm exigindo práticas sustentáveis de seus fornecedores”.

Índices regulatórios atualizados
Em abril deste ano foi anunciado pela Organização Marítima Internacional (MO), o IMO Net-zero Framework: um conjunto de medidas regulatórias visando reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes do setor de transporte marítimo internacional, até haver emissões líquidas zero até 2050.
Já no Brasil, foi aprovada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) a revisão e atualização do Índice de Desempenho Ambiental (IDA) de Portos Públicos e Terminais de Uso Privado (TUPs). O objetivo é claro: modernizar a estrutura dos indicadores, que tratam de mudanças climáticas, descarbonização, resiliência climática e da área social.
E o que essas mudanças representam, de fato, para a economia? Se um dos gargalos mais importantes para o desenvolvimento da indústria marítima no Brasil é a infraestrutura portuária, é fundamental que o setor como um todo esteja alinhado com as novas diretrizes de sustentabilidade para garantir a continuidade de investimentos nacionais e internacionais na modernização e transição energética de portos e frotas nos próximos anos. É assim que se concretizará um futuro de desenvolvimento responsável, tecnologia e eficiência.